COBALTO
Jorge Soares
Mariana Colaço
Melanie Sousa
Elaborado por:
Efeitos Hematológicos
O que toca à exposição por via oral ao cobalto, um dos efeitos mais comuns é o que se verifica a nível hematológico: aumento do número de eritrócitos, ou seja, policitemia. Tal verifica-se tanto a nível de indivíduos que apresentam anemia, como em indivíduos saudáveis, embora para estes, as concentrações de cobalto necessárias para se verificar este efeito sejam maiores [1].
Efeitos no Homem
O mecanismo que explica este efeito a nível sanguíneo ainda não se encontra bem esclarecido, porém, sabe-se que o cobalto faz parte da vitamina B12, encontrando-se no centro do grupo tetrapirrol, comum a todas as cobalaminas. Por sua vez, a vitamina B12 é um micronutriente essencial para a eritropoiese visto que participa na síntese do DNA [17].
Nos mamíferos, existem duas reações enzimáticas que necessitam de uma das duas formas de cobalamina ativadas como cofatores:
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A metilcobalamina, que atua como um dador de grupo metilo para a conversão da homocisteína em metionina, essencial para a síntese de purinas e pirimidinas, e consequentemente do DNA.
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A desoxiadenosilcobalamina, um co-fator para uma enzima mitocondrial que origina o succinil-CoA, necessária para a formação da porfirina e consequentemente a síntese de hemoglobina.
Por outro lado o cobalto tem a capacidade de estabilizar os fatores de transcrição indutores de hipoxia (HIF-1 e HIF-2) impedindo que estes sejam hidroxilados pela HIF-α-specific prolyl hydroxylases (PHDs) quando não se está perante uma situação de hipóxia. Assim, na presença de cobalto estes HIFs têm as condições para dimerizar formando um complexo capaz de estimular a expressão do gene da eritropoietina, e deste modo, aumentar a eritropoiese [17].
Apesar dos efeitos benéficos a nível eritropoéticos, o tratamento com sais de cobalto em situações de anemia caiu em desuso, devido aos efeitos secundários que acarretava: náuseas, vómitos, neuropatias, disfunção tiroideia, falência cardíaca, entre outros [17].